Falamos um pouco dos jogos além do desenvolvimento de jogos e trocamos ideias sobre a importância de manter a mente aberta enquanto pensamos a respeito de nossas carreiras. Também conversamos um pouco sobre outras plataformas de desenvolvimento de jogos e outras formas de interagir com o mundo dos games.
O GGDevCast surgiu da vontade de um grupo de desenvolvedores brasileiros (Raphael Lopes Baldi, Bruno “Tinnus” Ferreira, Felipe Dal Molin, Luiz Henrique Gomes Monclar Kamogawa e Juliano Britto Silveira) de dividir seus conhecimentos e experiências na área de desenvolvimento de jogos, buscando contribuir tanto com novatos quanto com veteranos da nossa indústria. Nosso interesse surgiu da aparente escassez de recursos em português. Sabemos que o conhecimento de inglês é extremamente importante para o desenvolvedor de jogos, mas acreditamos que é papel das pessoas mais experientes remover o maior número de barreiras ao aprendizado daqueles que buscam informação e formação. Acima de tudo surgiu como uma ferramenta para nosso próprio crescimento: não há nada melhor para o aprendizado do que a intenção de ensinar.
Depois de pouco mais de dois anos na gaveta (a ideia surgiu em 2015), vencemos a inércia e gravamos o primeiro episódio, já em um outro momento de vida. Como esperávamos, foi prazeroso, engrandecedor e, mais importante, nos mostrou a viabilidade do projeto.
Agora com a ideia amadurecida e o núcleo principal composto por Luiz Monclar (game designer), Raphael Baldi (programador) e Juliano Silveira (artista técnico), nossa intenção é construir relacionamentos com aqueles que encontram nos jogos a sua vocação, ao mesmo tempo em que crescemos pessoal e profissionalmente enquanto trazemos nossas conversas para você. Pretendemos manter a pauta recheada de assuntos relevantes e sempre que possível trazer convidados que possam enriquecer as discussões.
O programa tem um novo episódio todas as quintas-feiras e cada um deles tem duração aproximada de uma hora.
No meio da década de 90 tenho a boa lembrança de entrar em uma livraria, como eu fazia com certa frequência, acompanhado de minha mãe.
Era o começo do Plano Real onde 1 dólar também valia 1 real. Em outras palavras, nosso dinheiro comprava bem mais coisas e por menos dinheiro, se comparado com hoje.
Eis que me deparo com vários livros pequenos, mas com ilustrações fantásticas de criaturas e monstruosidades na capa. Fiquei perplexo!
Alguns livros da série Aventura Fantástica empilhados
Na época eu não sabia, mas o livro que eu acabara de adquirir (11. Planeta Rebelde) era parte de uma série de livros-jogos escritos pelos designersIan Livingstone e Steve Jackson, onde a leitura não era linear e dependia das escolhas do leitor. Além disso, era preciso de lápis, borracha e dois dados de seis faces. No Brasil os livros tinham a marca “Aventura Fantástica”. Mais tarde descobri que a empresa original era inglesa e de nome “Fighting Fantasy“.
Planeta Rebelde – 11º livro da série Aventuras Fantásticas (Fighting Fantasy no original)
2d6 – dois dados de seis faces
Continuando… Isso era tão novo pra mim que, mesmo com o livro em mãos, ignorei as instruções iniciais e fui logo para o “capítulo 1”. E esse foi meu erro! Por ter pulado as instruções no início do livro eu não sabia que não se tratavam de capítulos, mas de “partes” de uma história.
Não entendi nada. Não conseguia compreender a história mesmo diante das frases como “para continuar pelo corredor norte, vá para 54. Para abrir a porta, vá para 13”. O que significava isso? Pensei , tentei, mas não conseguia compreender…
Dentro do livro jogo e suas partes
Depois de ler e reler parte após parte na sequência, fiquei frustrado e abandonei a leitura diante de uma narrativa incompreensível. Eu estava lendo o livro de forma errada. Culpa da minha ânsia em devorar a história de um livro com aquela ilustração de capa fantástica.
Por uns meses o livro ficou encostado, até que um dia um de meus amiguinhos na época havia comprado o mesmo livro! Só que diferente de mim, ele leu as regras e pôde ler o livro e divertir-se um monte. Ele me explicou tudo e aí minha cabeça explodiu. Cada livro desse tipo apresentava uma aventura que poderia não apenas ser lida, mas jogada sozinha! E assim eu passei a conhecer o termo “aventura solo”.
Nos meses seguintes, quando era possível, retornava da livraria sempre com um livro desses. Essa nova experiência oriunda da fantasia e da interação com os livros-jogos era incrível, mesmo para uma época onde o Super Nintendo estava em alta.
Algumas capas dos livros da série Aventura Fantástica
Ao longo dos anos que se passaram esses livros receberam suas versões para dispositivos móveis, o que deu uma sobrevida a eles. Em meados de 2010 a empresa Tin Man Games através da Game Book Adventures desenvolveu versões digitais de alguns livros-jogos da Fighting Fantasy.
Já em 2016 foi lançado na Steam o jogo digital The Warlock of Firetop Mountain, uma versão muito mais imersiva de jogo baseado no primeiro livro da série, chamado no Brasil de “O Feiticeiro da Montanha de Fogo”.
Primeiro livro-jogo da série Aventuras Fantásticas
Em 2017, depois de muito tempo afastado dos livros-jogos, a renascida Revista Dragão Brasil publicou em sua edição 119 uma curta aventura solo, chamada de “O Labirinto da Morte”, escrita por Athos Beuren e com ilustração de Walter Par.
Aventura Solo – O Labirinto da Morte – publicada na Dragão Brasil 119
Foi então que eu tive a vontade de unir a experiência de edição e dramatização sonora, dos podcasts do Tarrasque na Bota, com o texto da aventura solo. Para esse texto, eu queria gerar uma experiência sonora que chamei de ÁUDIO AVENTURA SOLO, ou seja, uma tipo de AUDIOGAME.
Fiz uma pesquisa na internet para saber se alguém já havia publicado esse tipo de áudio interativo, e para a minha surpresa não encontrei NADA, tanto em inglês quando em português! (se alguém souber de algo já publicado, por favor compartilhe no post!)
Iniciei então a edição dos áudios e a conversão para vídeos de Youtube.
Tela do software de Edição de Áudio
Tela do software de Edição de Vídeo
O próximo desafio era descobrir como permitir as escolhas ao final de cada parte da aventura. Para isso então foi usada a opção de inserção de vídeo da ” Tela final e anotações” do Youtube.
Tela Final e Anotações – Youtube
Pronto! Depois de horas de trabalho de gravação e edição, está aqui de forma INÉDITA, O Primeiro ÁUDIO Aventura Solo!!! E conversamos com a Revista DB que nos autorizou a publicar essa experiência sonora não oficial (Nossos agradecimentos! ;))
Experimente e deixe seu comentário.
Boa diversão!
Se quiser deixar um feedback sobre sua experiência, além de escrever no post, preencha também esse formulário. É bem rapidinho! Obrigado!
Se quiser ajudar o projeto Tarrasque na Bota e ainda contribuir com ações sociais sendo um Guerreiro do Bem, visite o link do Padrim link: https://www.padrim.com.br/rpgnext
Um grupo de jogadores de RPG (mais especificamente o D&D 5 edição) lançaram recentemente em 2016 uma campanha de Financiamento Coletivo com metas principais em Ações Sociais.
Para quem nunca ouviu o termo antes, o Financiamento Coletivo é um termo originado do inglês “Crowdfunding” que significa:
A prática de financiar um projeto através de contribuições monetárias de um grande número de pessoas , que hoje em dia vem sendo muitas vezes realizada através da internet.
O modelo de crowdfunding é baseada em três tipos de atores: o autor do projeto que propõe a ideia e/ou projeto a ser financiado; indivíduos ou grupos que apoiam a ideia; e uma organização de moderação (a “plataforma “), que reúne as partes para lançar a ideia. – Wikipedia
O grupo é conhecido como RPG Next e seu principal conteúdo são áudios (podcasts) originados das gravações das partidas com o jogo. Os áudios são dramatizados com efeitos sonoros e músicas de fundo. Todo o tema é de fantasia medieval e os jogadores em vários momentos não se levam muito a sério, tornando a experiência de ouvir a aventura bastante divertida.
Ação Social
Basicamente a ideia do grupo para financiar o projeto foi a de usar a maior parte do financiamento para realizar doações através de produtos em instituições de caridade. Essa ação está detalhada no próprio site da organização moderadora, chamada de PADRIM.
O vídeo do youtube sobre a campanha resume um pouco as intenções do projeto:
Dica!
Se quiser ouvir algum áudio que mostre um pouco o trabalho realizado até agora e que explique a campanha de financiamento coletivo do grupo, ouça esse áudio no Youtube: Episodio de Aniversario de 1 Ano RPG Next 2015 a 2016
Que conhecer mais?
Há diversas formas de conhecer o material que esse grupo de jogadores produz na internet.